quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mas não se esqueça da rosa, da rosa...


O início do trabalho pastoral de mulheres foi sob este prisma: pelo trabalho há de se abrir portas para as pastoras. Trabalho, trabalho, trabalho... de preferência sem se mostrar demais, sem concorrer com colegas...

Mas a semelhança com o trabalho de outras mulheres – de má fama – foi se aproximando de forma assustadora: afinal, se o trabalho precisava agradar ao presbitério, qual a diferença com a prostituição? Seríamos “prostitutas do templo”?

E foi então que o trabalho foi surgindo diferente. As pessoas que o elaboravam eram diferentes, diferentes eram os aspectos das comunidades que foram sendo enaltecidos ou desmotivados. Começaram a acontecer diferenças litúrgicas – provindas da mesma linguagem agora dita por mulheres: havia falas que traziam outros sentidos para quem ouvia, havia ouvidos que escutavam de outra forma e que queriam mais. Houve busca por alteridade.

A década de 1970 trouxe a conseqüência da década anterior, que fora para a sociedade em geral, uma década de visibilidade. E logo surgiram claras muitas diferenças. Surgiram medos das diferenças.

Outras mulheres haviam servido sem visibilidade. Haviam servido sem auxílio teórico reconhecido. O reconhecimento da ordenação religiosa de algumas, parecia trazer algum fantasma de desprestígio de outras. E houve dor e houve choro entre gente que, de forma igual, buscava pela mesma vida.

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