sexta-feira, 25 de junho de 2010

misturas...





Somos uma mistura de temperos, de gostos, de tradições. Engelbrecht's. Mistura cultural, mistura étnica, mistura de linguagens e comportamentos. Ao redor de uma só mesa, nossas vidas são partilhadas - lembranças de tempos passados juntos - em infâncias e adolescências, contação de causos individuais - em dias de trabalho ou de estudo, partilha de relatos de outras pessoas - preferencialmente fofoca de família, e muita esperança engolida junto ao alimento.

Esperança é alimento. Vai nos saciar até o próximo abraço (- esse povo não sabe abraçar, mãe? pergunta a Luiza meio sem acreditar... - é filha, mas eles se esforçam). E a gente se esforça ao não misturar o lixo, a ficar em silêncio na rua...

Rimos das graças traduzidas, dos olhares carinhosos que nos foram presenteados de graça, pela responsabilidade de avós malucos que nos fizeram em mundos tão diferentes. Rimos dos sabores misturados, que só existem no meio de gente muito misturada. Rimos da vida, que teima em nos fazer chorar a cada despedida.

Sempre nos despedimos "para sempre". É um gosto esquisito, que denuncia o que aprendemos de períodos que não nos vimos. Sempre haverá alguém faltando no próximo encontro. Mas, se a gente se esforçar, sempre haverá alguém para conhecer. A gente só "perde" se não souber mais se encontrar. Aí, vai ficar sem alimento.

Porque o alimento da alma é a graça do encontro.

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