sábado, 26 de dezembro de 2009

mostrar horizonte...


Uma das minhas grandes preocupações na educação (quase) solitária de minhas crianças, foi o fato de "cumprir papéis"...
À mãe, cabe o papel do afago e do aconchego, do abraço que redime e acolhe. Ao pai, assim me disseram, cabe o abraço que protege (as costas), mas que ajuda a criança a olhar adiante, ao horizonte.
O medo de estar superprotegendo - e ainda mais consciente do meu papel materno - me fazia tremer ante a perspectiva de não estar ajudando nem à Luiza, nem ao João Elias, a perceberem o mundo, a descobrirem vida além do aconchego.
Luiza há muito descobriu o mundo das letras, dos livros, do horizonte quase infinito das palavras empregadas de formas diferentes.
Numa volta "esperta" de uma programação fora de casa, o olhar do João se estendeu. Foi além do "arroz com feijão", do "futebol". Encheu o diálogo de perguntas, percebeu animais e vegetação.
Ui.
De repente, percebi que o abraço que dou, foi suporte, sim, pra uma visão além do conhecido. Não me atrevo a dizer que supro o papel paterno. Mas foi bom ver o experimento do olhar adiante... novidade pra ele, alento pra mim... ano bom.

2 comentários:

Unknown disse...

Quando falas dos papéis e a possibilidade de desempenhar os dois o de mãe e o de pai. A convivência aqui no Abrigo me faz refletir que muitas mães não conseguem perceber a essa diferença entre esses dois papéis e acabam tentando justamente superproteger seus filhos ... Que legal que esse horizonte foi percebido

Marianne disse...

quando "face a face" será melhor ainda, amada.